Estratégias de Recuperação

Como Empresas Afetadas pelo Conflito na Ucrânia Podem se Recuperar?

O que as empresas afetadas pelos conflitos da Ucrânia deverão fazer para se recuperar?

O conflito no leste europeu protagonizado por Ucrânia e Rússia chocou o mundo e ainda gera muita apreensão devido a seus possíveis desdobramentos. 

Os EUA têm especial interesse pelo conflito por envolver um país estratégico as pretensões expansionistas da OTAN e a Rússia não deseja ter uma nação fronteiriça que permita aos norte-americanos instalar bases militares em seu território.

O conflito de interesses coloca em choque duas superpotências atômicas e alarma a comunidade internacional por despertar muitas dúvidas em relação ao futuro. 

A dependência econômica das grandes nações europeias para com a Rússia e o risco de uma guerra nuclear freia uma ação militar objetiva para ajudar os ucranianos.

A opção que resta é tentar impor dificuldades financeiras a Rússia com sanções econômicas. Contudo, devido ao planejamento prévio do governo de Vladimir Putin, essas sanções demonstram não causam impacto suficiente a curto prazo para interromper a ofensiva militar na Ucrânia.

Essas medidas, no entanto, somadas ao custo humano e militar típicos de uma guerra, não deixam de repercutir na economia global e afetar diversas empresas pelo mundo.

O impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia é uma das grandes produtoras de petróleo do mundo e uma das maiores fornecedoras de gás natural para países europeus como Alemanha e França. 

Medidas de restrição contra empresas e ao governo russo implicam em maior dificuldade de obter tais produtos e a inevitável elevação de preços. 

Os meses de guerra já provocaram encarecimento do petróleo, gás natural e dos alimentos em todo o mundo, mesmo de nações que não importam insumos diretamente da Rússia e da Ucrânia.

Petróleo está intimamente associado a produção de energia e combustível de veículos. Quando a produção ou distribuição mundial da matéria-prima sofre com algum empecilho (cada vez mais comum em um mundo globalizado), mesmo envolvendo uma fonte secundária em uma região remota do planeta (o que não é o caso), o mercado enfrenta turbulência e pode entrar em crise; tamanha a importância do petróleo na economia mundial, a revelia do investimento  cada vez mais em soluções alternativas para produção de energia, por exemplo.

A elevação dos preços, o aumento da complexidade logística e a crise humanitária provocada por refugiados acabam entrando na balança para jogar um balde de água fria nas bolsas de valores do mundo e deixar os investidores em estado de espera dos próximos capítulos. 

As nações e empresas com fortes relações comerciais com os países afetados pela guerra são as que acabam mais sofrendo impactos e para evitar colapsos econômicos necessitam pensar em soluções para sobreviver a crise.

Impactos econômicos no Brasil

O setor mais afetado pelo conflito no Leste Europeu é o agronegócio que tem na Rússia um tradicional parceiro comercial para a importação de fertilizantes. Em 2021, a Rússia foi responsável por 23% das importações de fertilizantes e Belarus, nação vizinha aliada dos russos no conflito da Ucrânia, 3%.

A elevação dos preços do combustível em decorrência da alta do petróleo é outro fator que gera preocupação e deve impactar o custo de produção.

Soma-se ainda esses fatores a dificuldade logística de importação, considerando que serão poucos aqueles dispostos a colocar navios em áreas de conflito para importar insumos, e a suspensão de bancos russos do sistema de pagamento Swifit é outro embaraço.

A alta dos combustíveis também provoca dificuldades no segmento de bebidas, alimentos, açúcar, etanol e grãos.

Possíveis estratégias de empresas brasileiras afetadas pela guerra entre Ucrânia e Rússia

As empresas do setor agro terão que lidar nos próximos meses com menor rentabilidade por necessitar conviver com a inflação. Porém, analistas do setor não preveem prejuízos devido ao valor elevado das commodities e um superciclo de produção que deve durar de 2 a 3 anos

Quanto ao fornecimento de fertilizantes, essa não é uma preocupação imediata, pois as empresas importaram quantidade suficiente para o primeiro semestre antes da eclosão do conflito armado entre a Rússia e Ucrânia. 

No entanto, não se tem noção exata do tamanho do estoque brasileiro de fertilizantes. Se a crise se agravar podemos ter problemas no segundo semestre de 2022.

No entanto, a maior dificuldade se encontra na exploração de potássio. O Brasil produz muito pouco do insumo devido à dificuldade de extração. Geralmente, se encontra potássio a 800 metros de profundidade no Brasil. 

Uma solução seria retomar negociações com o Canadá, o maior país produtor de potássio do mundo. O país era um antigo parceiro comercial na exportação do insumo até a chegada de empresas russas com valores mais competitivos. 

Porém, a disputa deve se tornar mais acirrada, pois os EUA também deverão investir no potássio canadense. 

Associações do setor apontam que soluções para o caso da extensão da guerra seria o governo brasileiro fomentar a produção de fertilizantes brasileiros e os produtores se voltarem para os países africanos produtores do insumo.

A BrasilAgro está bem-posicionada para aproveitar o aumento das commodities. Um aumento de 5% nos preços da soja e do milho deve aumentar seu Ebitda em 4% em 2022.

O impacto na Boa Safra e Agrogalaxy deve ser limitado. 

Gestão de custos mais efetiva

Outra medida para contornar o impacto da guerra na Ucrânia é aprimorar a gestão de custos para tentar manter a margem de lucro. Isso significa cortar despesas, controlar tecnologia, economizar adubo, calcular relação de troca, entre outras medidas.

Empresas afetadas no setor de bebidas e alimentos

A Ambev anunciou elevação do custo de caixa de 16% e 19% em razão dos últimos acontecimentos. Contudo, para a XP essa é uma projeção otimista. 

A BRF deverá ser a empresa mais afetada devido a sua exposição as commodities que mais sofreram alta nos últimos meses (soja e milho). 

A Marfrig é a melhor posicionada defensivamente, pois mais da metade de sua receita está dolarizada. 

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Autor: Eduardo Almeida

Especialista em reestruturação empresarial, reconhecido como "doutor das empresas", com foco em salvar instituições de saúde em crise no Nordeste através de diagnósticos precisos e intervenções estratégicas eficazes.

Data:

10 set, 2022

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