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Gestão Democrática: Desafios e Benefícios no Ambiente de Trabalho

O líder deve ter a capacidade de influenciar pessoas com o intuito de se alcançar metas e objetivos de interesse comum à coletividade. #GestãoHospitalar #Saúde #GestãoDemocrática

A gestão democrática é considerada o modelo ideal a ser implementar na gestão de saúde. É o que se depreende ao analisar estudos como este feito na seção de Lactário do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina e de tantos outros disponíveis para consulta.

É possível chegar a esta conclusão também ao se analisar as especificidades da gestão hospitalar. Diariamente, a gestão na saúde precisa se equilibrar entre dois vértices: recursos humanos e recursos financeiros.

A motivação e eficiência dos funcionários é fundamental para se obter padrão de qualidade no atendimento e reduzir ao máximo os gastos supérfluos.

Como normalmente é necessário contar com uma equipe numerosa para atender a demanda nababesca, é praticamente impossível um gestor se manter vigilante a tudo que ocorre no hospital.

É necessário delegar tarefas, conceder autonomia, ouvir feedbacks, em suma, contar com pessoas e motivá-las a se engajar com a causa. É imperativo aliar a qualidade indispensável para cumprir com a função social e a eficiência para garantir a longevidade do negócio.

A gestão democrática se destaca em relação às demais, pois se baseia na colaboração. Instiga os diversos departamentos a trabalhar em harmonia, compartilhar informações, oferecer suporte e propor ajustes para a administração.

Contudo, os benefícios que proporciona são quase equivalentes aos desafios que oferece.  Este modelo de gestão impõe a condição de construir cultura organizativa baseada no engajamento voluntário e na geração conjunta de conhecimento.

No texto de hoje, trato de esmiuçar os desafios e os benefícios de se investir na gestão democrática como diferencial competitivo. Veja os próximos tópicos.

Sobre a Gestão Democrática

Faço questão de conceituar a gestão democrática para garantir a assimilação do cerne de sua proposta.

Esse modelo de gestão trata-se de uma estratégia cujo objetivo é facilitar a visualização, por parte dos gestores, do hospital como um todo ao promover a interação dos setores entre si.

Entende-se que a interligação de processos é fundamental para prestação de serviço de excelência e humanizado, pois o atendimento de determinadas demandas requer rápida troca de informações para assegurar eficiência diagnóstica e terapêutica.

Para tanto, requer-se a participação dos profissionais de contato direto com os pacientes no processo gerencial.

A gestão democrática instiga a tomada de decisões coletivas. Isto significa incluir a participação de todos os atores envolvidos na unidade de saúde de forma que saberes diversos sejam articulados em prol do melhor interesse do paciente e da organização.

Com os setores trabalhando em harmonia é possível acompanhar todos os processos do atendimento e avaliar a eficiência de cada um deles.

Destaco que a gestão democrática é aplicável e recomendada não só aos centros de saúde que trabalham também pelo lucro. O modelo é cabível em instituições como as Santas Casas, cujo foco é somente o fator social.

Com uma gestão mais integrada e eficiente, além de reduzir despesas, o atendimento ganha em qualidade e agilidade. Atributos que ampliam o impacto social que essas organizações são capazes de ensejar.

Os desafios da gestão democrática

Aqui deixo de lado as velhas questões concernentes às relações humanas, pois são inerentes em qualquer trabalho que demande coordenar e inspirar pessoas.

Centro-me nos desafios que qualquer perfil de liderança, das mais habilidosas às mais inábeis, estão fadadas a enfrentar e extrair soluções para o sucesso do modelo de gestão em relevo.

Rotatividade profissional

Um dos principais desafios da gestão democrática é lidar com a rotatividade que virou uma constante no Brasil. Bons profissionais são motivo de disputa dos grandes empreendimentos do setor e naturalmente todo profissional sonha em crescer na carreira. Logo, o apego ao cargo, se não for topo de hierarquia, é menor.

Alia-se a essa questão os afastamentos temporários por motivo de doenças relacionadas à rotina de trabalho costumeiramente desgastante.

Adaptação a distribuição homogênea do poder

Outra dificuldade ao se tentar implantar uma gestão democrática é a resistência de profissionais a se habituarem a nova dinâmica de gestão que lhes retira parte da autoridade de outrora.

O ideal da gestão democrática é fazer distribuição homogênea do poder, de desverticalizar a gestão de modo que cada um se sinta peça importante dos processos desenvolvidos internamente.

Os de tendência mais autoritária e centralizadora são mais propensos a emperrar a fluidez do processo devido a convicções e hábitos enraizados.

Pensar coletivamente

O maior desafio do gestor que se propõe a aplicar a gestão democrática no ambiente de trabalho é liderar iniciativas que pense quase sempre o conjunto e raramente o individual. O líder deve ter a capacidade de influenciar pessoas com o intuito de se alcançar metas e objetivos de interesse comum à coletividade.

A imposição de ordens não estão mais relacionadas ao ideal de liderança, mas sim no poder de influenciar positivamente pessoas ou grupos. O bom líder serve ao invés de ser servido, tem sempre em mente a noção do impacto que sua liderança causa sobre os demais.

Dotar-se dessas percepções e qualidades, principalmente quando imerso em cultura mais centralizadora, é não só desafiante como exige esforço permanente para identificar e corrigir os vícios de comando.

Os porquês de se valer a pena investir na gestão democrática

Expus de forma geral os benefícios desse modelo de gestão no contexto hospitalar, em que hospitais estão cada vez mais parecidos com empresas. Contudo, creio que será enriquecedor detalhar mais a fundo tais benefícios para reforçar seus impactos e diferenciais.

Trabalho em equipe

No contexto hospitalar, a colaboração entre profissionais de diversas áreas é crucial. O trabalho em equipe se traduz em uma sinergia que beneficia tanto a qualidade do atendimento quanto a gestão administrativa.

A gestão democrática ao promover a interdependência entre os setores influi na aproximação e troca dos profissionais quanto às necessidades para o cumprimento do ofício.

A troca de conhecimentos e experiências entre médicos, enfermeiros e demais membros da equipe resulta em uma abordagem mais abrangente e integrada aos desafios complexos do ambiente hospitalar.

A comunicação eficaz e a cooperação entre os membros da equipe são essenciais para otimizar processos, reduzir erros e promover prestação de cuidados mais segura e eficiente.

Além disso, um ambiente de trabalho colaborativo contribui para a promoção de uma cultura organizacional saudável. Neste contexto, o incentivo à inovação, resolução de problemas e a adaptabilidade é facilitado.

Compartilhamento de poder

Distribuir responsabilidades e autoridade de maneira mais equitativa entre os componentes da equipe contribui para gestão mais eficiente e transparente.

O compartilhamento de poder cria um ambiente que valoriza a diversidade de perspectivas e permite que profissionais de diferentes áreas contribuam ativamente para as decisões estratégicas.

Isso não apenas enriquece a tomada de decisões, mas também promove senso de responsabilidade coletiva e engajamento entre os membros da equipe.

Construção conjunta de análises e deliberações

Ao envolver diferentes membros da equipe no processo de análise e deliberação, a gestão hospitalar se beneficia de uma variedade de perspectivas e experiências.

Isso contribui para compreensão mais holística dos desafios enfrentados pela instituição e colabora para a identificação de soluções.

Para mais detalhes sobre os processos de implementação da gestão democrática no ambiente hospitalar, entre em contato. Sou profissional especializado em gestão hospitalar com mais de 20 anos de experiência.

Autor: Eduardo Almeida

Especialista em reestruturação empresarial, reconhecido como "doutor das empresas", com foco em salvar instituições de saúde em crise no Nordeste através de diagnósticos precisos e intervenções estratégicas eficazes.

Data:

19 set, 2024