Estratégias de Recuperação

O Que Leva Empresas de Alto Faturamento à Falência? Descubra os Fatores Críticos

empre surpreende quando uma empresa que goza de alto faturamento despenca do seu Monte Olimpo e finda junto aos mortais. Como é possível um gigante que até outro dia parecia inabalável e destemido decair tanto e agora amargar a ruína?

O perigo de se acostumar com o topo é perder o medo da queda. Não importa o tamanho da sua empresa e o seu faturamento no momento. Todos estão sujeitos aos dissabores das mudanças dos ventos e precisam ficar atentos para não perder o rumo.

O tempo não é estático. Sempre está mudando, a tecnologia está mudando, o cliente ideal está envelhecendo e seus filhos, antes fora do radar, estão prestes a tomar as rédeas do poder. 

Permanece entre os grandes quem consegue se adaptar as mudanças inevitáveis e sem perder o melhor de sua essência. 

Outro ponto importante é a harmonia interna. Assim como a sociedade e o mundo não ficam congelados no tempo, as pessoas também são mutáveis. Administrar uma grande empresa exige habilidades valiosas de gestão de grupo e perfeito alinhamento entre sócios e investidores. 

Um desarranjo nas relações internas pode se revelar o calcanhar de Aquiles a prejudicar o desempenho externo do negócio e levá-lo a dormir a mais longa das noites. 

Essas percepções são fruto de anos de experiência trabalhando com empreendimentos em processo de falência e no acompanhar de diversos estudos que se dedicaram a entender as causas post-mortem de empresas pelo mundo.

Nos próximos tópicos compartilho com você mais detalhes sobre as principais causas que levam uma empresa, mesmo desfrutando de excelente faturamento, a ser tragada por uma espiral descendente incontrolável. 

Acompanhe.

Morrer abraçado com o erro

Com isso, quero dizer não mudar quando necessário. Esse comportamento é notável especialmente diante de decisões ruins. Uma contratação equivocada, um produto desastroso, um modelo gerencial defasado.

É incrível como questões como orgulho ou o temor de desagradar os superiores levam profissionais a se apegar a má ideias. O “compromisso com o fracasso” tem por efeito apenas drenar recursos e gerar insatisfação interna; desestimular os colaboradores devido à falta de progresso. 

Se uma ideia não deu certo a abandone de imediato, mesmo que possa gerar críticas, pois o que importa, o que garante o sucesso do negócio e o emprego, são os resultados. 

Isso parece e deveria ser óbvio, mas acredite: as questões levantadas acima, a insegurança de alguns gestores, acabam nublando a percepção sobre o que é mais elementar sobre uma atividade comercial.

Duelo de titãs

A falta de harmonia interna é uma erva daninha a se proliferar pela empresa e apodrecê-la por dentro. Não são poucos os negócios que vi desmoronar em razão de desentendimentos entre um dos fundadores da empresa com os sócios e investidores.

É também uma causa com presença significativa nas pesquisas dedicas a estudar a mortalidade das empresas. Quando a relação passa a ser de medição de forças em que importa apenas a vitória pessoal e não o bem maior, o futuro do negócio, está dada a receita para a tragédia. 

Em barco em que todos querem o leme, a colisão é uma questão de tempo.

Revelar o “filho” antes da hora

Outra constante em empresas que beijam a lona. O lançamento equivocado de um novo produto. 

Lançar uma nova opção no mercado não é um movimento discreto ou simples. Exige investimento, planejamento, divulgação. Muitas pessoas envolvidas e grandes resultados a se conquistar.

Quando um cálculo não é bem feito e tudo sai errado, o prejuízo não é só tangível. É também institucional. A imagem da marca pode sofrer um arranhão incicatrizável. 

Parcela expressiva das causas do fracasso de um produto é o lançamento no momento errado. Um caso recente foi o lançamento do jogo Cyberpunk 2077 da CD Projekt Red. Um jogo muito aguardado pelos fãs do gênero. O trabalho de marketing foi incrível do início ao fim.

Porém, a pressão dos investidores pelo lançamento do produto fez a empresa lançar o game antes de ser finalizado. O que resultou em um jogo com muitos defeitos que causou ira no público. 

Verdade que o episódio não chegou a gerar prejuízos a CD Projekt Red devido a forte pré-venda, mas abalou sua reputação junto a comunidade gamer.

Por outro lado, ao demorar demais para lançar um produto, arrisca-se a perder a janela de oportunidade de mercado.

Time sem brilho

Outro problema de ordem interna. Quando a equipe não consegue oferecer o desempenho exigido para suprir os desafios impostos pelos novos tempos. 

Geralmente isso decorre da falta de diversidade que costuma reunir as habilidades necessárias para um trabalho moderno e inovador.

Às vezes por questão financeira, ou por uma crença cega quanto as próprias capacidades, os gestores deixam de investir em novos talentos. Ou simplesmente não fazem as melhores escolhas.

Contar com uma equipe sem brilho, engessada em conceitos antigos e sem disposição para ir além é uma enorme desvantagem em um mercado tão competitivo como os dos dias atuais.

Apresentar soluções para problemas que não existem

Questão que costuma ocupar o topo da causa de declínios das empresas, independente de faturamento ou porte. 

Despender de investimento maciço, numerosa mão de obra, planejamento extenso, divulgação exuberante para no fim descobrir que tudo foi apenas uma perda de tempo.

Essa é a tragédia de se iludir com uma suposta solução para um suposto problema. Pior do que perder o timing para um lançamento de um produto é descobrir que a falta de clientes se origina pelo total desinteresse dos clientes pelo produto.

A real necessidade pode compensar eventualmente o lançamento equivocado, mas o desinteresse é um problema insolúvel.

De nada adianta contar com ótima tecnologia, dados, reputação, expertise, mas não ter um modelo de negócio que resolva um problema crítico de forma escalável. 

O que fazer quando avistar tempestade?

Caso perceba que seu negócio não está caminhando para águas calmas, ou já se encontra no meio da tormenta, a sugestão que dou é recorrer ao turnaround empresarial. 

Trata-se de uma metodologia especialmente desenvolvida para negócios em declínio.

Hoje existe uma boa oferta de profissionais e empresas no mercado focadas em prestar serviços para empreendimentos que necessitam de um choque de gestão e de mudanças drásticas para retomar o crescimento. 

Para mais informações entre em contato.

Autor: Eduardo Almeida

Especialista em reestruturação empresarial, reconhecido como "doutor das empresas", com foco em salvar instituições de saúde em crise no Nordeste através de diagnósticos precisos e intervenções estratégicas eficazes.

Data:

28 dez, 2022