O cenário econômico já não é o mesmo do início da pandemia. Houve queda de 9,8% no número de empresas que decretaram falência em 2021 em comparação a 2020. Contudo, no ano passado registrou-se alta nos pedidos de recuperação judicial (617) em comparação ao ciclo anterior (467).

Isso indica que ainda não vivemos um bom momento e ainda sentimos os efeitos do período mais agudo da crise. Ainda: os prognósticos futuros não indicam mudança significativa do quadro atual tão cedo.

No entanto, há boas perspectivas que justificam otimismo quanto a chegada de dias melhores.

A pandemia ainda não acabou, mas arrefeceu. Condição que possibilitou abolir algumas restrições que prejudicavam o fluxo normal da economia.

A guerra na Ucrânia infelizmente ainda segue o seu curso, mas o conflito não cresceu em escala o que seria sem dúvida desastroso para o planeta.

Novas tecnologias, como o metaverso, avançam com força e prometem revolucionar o modo com consumimos e compartilhamos conteúdo.

Mesmo na crise há bons sinais que mostram que um futuro mais animador está por vir. O desafio é sobreviver até a aurora do novo tempo.

Para ajudar empreendedores com dificuldades para superar os abalos provocados pelo período difícil, listo 3 dicas de captação de recursos nos próximos tópicos.

Jogo luz, entretanto, ser preciso análise e discernimento sobre cada contexto para identificar as melhores soluções.

1.  Recorra a boas opções de crédito

Uma possibilidade de captação de recursos para empresas em processo de recuperação é aderir a linhas de crédito inteligentes.

Há opções com juros menos vorazes e prazos de pagamento mais dilatados interessantes para os que precisam de fôlego e recursos para solucionar os principais gargalos.

Destaco um exemplo clássico de crédito inteligente: antecipação de recebíveis.

A empresa recebe antecipadamente os valores de dívidas que receberia somente no futuro. Ela apresenta notas fiscais, ou contratos, que somam o valor pretendido a instituição financeira a conceder crédito. A financeira paga o valor somado acrescendo uma taxa que pode ser entendida como o custo da operação.

A antecipação dos recebíveis é uma boa alternativa para evitar os empréstimos e financiamentos tradicionais. Permite uso de recursos que já são da empresa de maneira mais rápida e diminui os riscos de inadimplência, pois a cobrança dos débitos a vencer fica por conta da financeira.

2. Considere a incorporação de um sócio

Outra possibilidade de captação de recursos para empresas em processo de recuperação é contar com o aporte de um sócio.

Basicamente, há duas categorias de sócio:

·  Investidor;

·  Gestor empresarial.

A primeira categoria diz respeito ao sócio que contribui apenas com recursos financeiros e fica na expectativa do retorno do investimento.

O segundo perfil de sócio colabora não somente com os recursos como também aplica seus conhecimentos em gestão empresarial para auxiliar na administração do negócio.

Especialmente para o segundo caso, é preferível contar com um perfil de sócio que complemente o seu estilo de gestão e não cultive convicções antagônicas sobre o rumo da empresa.

Sei que não é fácil manter a sobriedade na urgência, no entanto, preservar o equilíbrio e adotar bons critérios para a formação de uma sociedade costuma ser crucial para o sucesso da parceria.

Lembrando que sucesso não se resume a salvar o negócio da crise, principalmente se a sociedade for de prazo indeterminado.

3. Desperte interesse de investidores

A terceira dica que passo para reestruturar o seu fluxo de caixa no período de crise é buscar investidores.

É essencial para alcançar esse objeto elaborar um plano de negócio. O plano deve apontar detalhadamente onde os recursos serão investidos e como o investimento irá contribuir para salvar a empresa e estimular o seu crescimento.

“Crescimento” é a palavra a ser grifada na apresentação do seu negócio. Um investidor não tem interesse em um negócio apenas para quitar dívidas. O atrativo para ele é o seu potencial de crescimento. O interessante para o perfil é um negócio que não só não lhe dê prejuízo, mas como também retorne uma boa margem de lucro.

Por isso, a sua apresentação tem que deixar claro que o seu planejamento não compreende apenas o agora, mas projeta também o futuro.

Aliás, esse é um tema que merece sua atenção independente de optar por buscar investidores ou não: uma vez seu negócio salvo da falência, o que pretende fazer para evitar passar por essa situação de novo? Como pretende expandi-lo? O que você aprendeu com a crise?

Vale também destacar que nos últimos anos se instalou fortemente no Brasil a cultura do “investidor anjo” graça a expansão das startups no país. Esses investidores anjos são pessoas físicas ou fundos de investimentos que aplicam recursos em negócios com alto potencial de retorno financeiro.

Por isso, a tentativa por investidores não é tão desfavorável, apesar do período de crise. Boas ideias, bons negócios costumam sempre despertar interesse, independente do período histórico. Basta ser apresentado as pessoas certas com fome de crescimento e visão lúcida de futuro.

Última dica: planeje-se primeiro

Recomendo que antes de recorrer a uma das opções que apresentei acima elabore um plano claro sobre a utilização dos recursos.

Sua empresa vive um momento crítico. A margem para erro se esgotou. Será catastrófico para o seu negócio, terrível para sua reputação e confiança, um deslize após conseguir uma chance.

Um plano de utilização dos recursos precisa definir como os recursos assegurarão que a empresa resista à crise e viabilize condições para quitar o valor captado.

Sair ao mercado em busca das soluções apontadas sem um plano definido sobre o que fazer com o dinheiro, além de afastar possíveis investidores eleva o risco de um novo fiasco.

Espero que essas dicas sejam úteis para apontar um caminho para fugir da crise. Caso precise de suporte para aplicar esses conselhos, queira mais informações sobre o assunto, entre em contato. Posso te ajudar a encontrar as soluções que precisa desenvolvendo um planejamento personalizado para o seu negócio.

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