Após constatar que o negócio passa por um momento tempestuoso e precisa de um plano de ação para evitar o naufrágio, o próximo passo é identificar se ele se encontra apto para um processo de corporate turnaround.
Sim, não é qualquer empresa em situação difícil economicamente que se enquadra neste processo. Algumas se encontram em condição tão delicada que não conta com requisitos básicos para a aplicação de um corporate turnaround.
É sobre esses requisitos mínimos que dedicarei minha atenção no presente artigo e detalharei nos próximos tópicos.
Antes, faço questão de deixar claro que mesmo que sua empresa não apresente as condições necessárias para ser submetida a um processo de corporate turnaround bem-sucedido, não significa que não possa se habilitar futuramente.
Isso dependerá de seu contexto e de suas possibilidades de momento. Creio que terá uma visão mais clara sobre sua condição a seguir. Acompanhe.
Os requisitos básicos para um corporate turnaround
Um plano de sobrevivência aliado a uma estratégia de crescimento no médio e longo prazo só pode ser viabilizado em uma empresa em crise mediante a determinados fatores. Fatores que favoreçam a implantação da metodologia que caracteriza um corporate turnaround.
Essas condições passam por uma administração com um núcleo forte e qualificado a acesso a recursos específicos. Veja em mais detalhes as características que marcam um ambiente propício à implementação de um corporate turnaround.
Núcleo forte: boas cabeças e vontade de virar o jogo
O que chamo núcleo forte de uma empresa é uma liderança definida e composta por gestores e funcionários de confiança e boa vontade para se reerguer.
Contar com pessoas com conhecimentos profundos da empresa e se sentindo parte do projeto, integrantes do navio que dependem para alcançar terra firme, é fundamental para a definição de estratégias.
Sem informações de qualidade e capacidade de aplicar rapidamente as mudanças necessárias e propostas no planejamento, os possíveis efeitos das mudanças perderão muito em impacto.
A tendência são resultados aquém do esperado que estenderão no mínimo a situação de agonia da empresa ou determinará sua derrocada completa.
Destaco que contar com um núcleo duro de qualidade não garante resultados, pois o negócio terá que trabalhar muito para provar novamente o seu sucesso.
Manter a motivação diante da perspectiva de mais uma jornada intensa de trabalho pode ser especialmente difícil quando a crise já se encontra prolongada.
Por isso, será exigido dos gestores muita habilidade e capacidade de motivação para demonstrar a todos os colaboradores que há luz no fim do túnel, ela existe, é alcançável e a empresa finalmente se encontra no caminho certo.
Financiamento de curto prazo: acesso a recursos para reerguer a empresa.
Outro fator indispensável para um corporate turnaround de sucesso é ter capacidade de obter recursos a curto prazo para viabilizar a retomada.
Qualquer planejamento, por mais minucioso e bem estruturado que seja, lidará com entraves que se revelarão insuperáveis mediante a falta dos recursos necessários.
Geralmente, uma empresa em crise não tem um caixa robusto porque precisou usá-lo para conter as primeiras chamas do incêndio.
Nesse caso, o caminho mais comum é recorrer a um financiamento. Se a empresa não tiver caixa e nem acesso a um financiamento de curto-prazo, suas chances de reviravolta serão praticamente nulas.
O fato de ter raízes sólidas, um núcleo duro competente, não será suficiente para uma recuperação em larga escala e duradoura.
É importante que tenha clareza que o fato de ter acesso a um financiamento não significa que ele seja aceitável, pois não deve ter condições leoninas que inviabilizem o planejamento traçado.
Conhecimento e experiência para facilitar o processo de recuperação
Não menos importante é os gestores do negócio serem dotados de conhecimento e experiência na área que atuam para facilitar o projeto.
Alguns empreendedores acreditam que a responsabilidade e o desafio para recolocar a empresa no azul são apenas dos encarregados em traçar e aplicar a estratégia.
Qualquer estratégia de recuperação conta com as habilidades e competência de todos os envolvidos no processo para bater metas.
Os planejadores não podem se encarregar de executar todas as funções. É necessário delegar. Quando os gestores e funcionários não detêm conhecimentos sólidos ou se demonstram verdadeiramente dispostos a atingir objetivos, mesmo o melhor dos planejamentos não surtirá o efeito desejado.
Um corporate turnaround não dispensa o trabalho duro e a individualidade dos envolvidos em manter o negócio ativo.
Sem os recursos adequados, recursos tangíveis e intangíveis, e habilidades específicas, raízes profundas e alta capacidade de investimento não garantirão aceleração e retomada do crescimento.
Monitoramento e avaliação na fase de implementação
Durante a fase de implementação do plano de corporate turnaround é importante que a empresa tenha a sua disposição mecanismos de monitoramento e também de feedback por parte de seus funcionários.
Essas medidas são extremamente úteis para avaliar o progresso do planejamento, se está no caminho certo, se precisa de ajustes e por que.
É desnecessário que esse controle e retorno venham de parte de todos os envolvidos. Selecione ao menos os principais agentes responsáveis pela aplicação do planejamento para passarem suas impressões do processo, resultados e o que poderia ser aperfeiçoado para se obter melhor desempenho.
Quem conduzirá o processo de reestruturação empresarial?
Antes de investir nessa cartada para tentar retirar sua empresa do colapso financeiro será necessário definir quem será o responsável pelo processo de reestruturação.
Os agentes responsáveis podem ser pessoas na própria organização, ou pode optar por contratar agentes externos.
Particularmente, acho a segunda opção melhor, porque um profissional externo tem a vantagem de trazer um olhar de fora, distanciado dos vícios e das disputas internas habituais de um negócio.
Esse profissional tem mais condições de ser objetivo e aplicar todas as medidas necessárias para alavancar a empresa, independente de pontos sensíveis que possa tocar.
Outro detalhe é que esse profissional trabalha sob contrato, ou seja, não se vincula integralmente a empresa. Ele se mantém a frente do processo de recuperação até o momento que o negócio estiver estável em seu crescimento, depois transfere a condução total do empreendimento aos seus gestores.
Para mais informações sobre o processo de corporate turnaround, entre em contato. Posso te ajudar.