Vivemos uma época especial para o setor da saúde suplementar. Um momento de grande oportunidade, mas também de grandes desafios.
Quem poderia imaginar no começo de 2020 que de um dia para o outro quase todas as portas seriam fechadas e não haveria mais trânsito nas cidades grandes por um bom tempo? E que haveria uma migração abrupta, volumosa e galopante de pessoas para o sistema de saúde privado?
Pois esse foi um dos efeitos iniciais da pandemia da covid-19. Com a projeção que os já saturados hospitais de emergência do setor público ficariam transbordantes de enfermos do novo vírus, e que a falta de leitos obrigariam médicos a fazer escolhas amargas, os cidadãos com condições se esforçaram para ampliar as chances de sobrevivência.
O resultado desse novo cenário: mais de 49 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil em 2022. Ainda é um número bem distante em relação aos 150 milhões que usam o Sistema Único de Saúde (SUS), mas o salto em pouco mais de 2 anos é sem dúvida notável.
Um mês antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar o estado de pandemia, a quantidade de segurados no Brasil era de 47,2 milhões. Um aumento de mais de 2 milhões de novas contratações em relação a fevereiro de 2020.
Se por um lado esse aumento da demanda é positiva para os planos de saúde, por outro, é desafiador.
Demanda repentina
O setor da saúde suplementar atravessava um período de baixa em meados de 2015. Nos anos posteriores, vivia-se um trabalho de recuperação e não havia projeção a curto prazo de crescimento acentuado no número de beneficiários.
Com o aumento avassalador e repentino da demanda a partir de 2020, a saúde suplementar no Brasil passou a lidar com um problema que se concentrava mais no setor público: o excesso de usuários.
O desafio foi, e permanece, adequar a estrutura do negócio para atender a nova onda de interessados pelos serviços.
Não só comportar a nova demanda, mas também manter a satisfação do contingente antigo que continua recorrendo ao plano de saúde e talvez o vá fazer com mais frequência devido ao momento delicado que a humanidade passa. Mais vírus circulando em decorrência da cobertura vacinal de algumas moléstias em baixa devido ao período forçado de confinamento.
A gestão da saúde é um importante player que precisa entrar em cena para lidar com esses novos desafios.
A gestão deverá ser eficaz para encontrar soluções que ampliem a capacidade operacional de sua rede, mantenham profissionais motivados e reduzam ao máximo os custos.
Esse é outro aspecto desafiador para a saúde suplementar presentemente e merece atenção especial: a crise econômica.
Aumento dos custos, queda do poder de compra. A crise prolongada no Brasil
Não é segredo que o Brasil se arrasta nos últimos anos carregando uma crise econômica e política sem precedentes em sua história.
A pandemia apenas agravou um quadro que já era tempestuoso e uma possível recuperação de curto prazo foi praticamente sepultada com o conflito na Ucrânia.
Condição que formou o cenário atual: milhões de desempregados, precarização de serviços, inflação em alta e poder de compra em queda.
Manter os custos dos serviços se tornou praticamente impossível. Porém, repassar todo o aumento para os usuários é uma operação delicada. O custo de vida aumentou para quase todas as camadas da sociedade, de modo que sustentar o mesmo padrão de vida de antes da pandemia se tornou mais complicado.
É necessário encontrar um meio-termo, um ponto de equilíbrio para manter a viabilidade das operações e não sofrer muitas baixas na base de clientes conquistada nos últimos anos.
Além do ponto de equilíbrio, não retroceder na qualidade do atendimento e dos serviços prestados é também de suma importância para reter os clientes.
Afinal, em um panorama em que se necessita escolher onde cortar gastos, um serviço que gera transtornos estimula decisões bruscas e definitivas.
Eis a complexidade do momento na gestão da saúde suplementar. É necessário investir para acomodar a nova demanda, sem provocar desgastes na base de clientes antigos, e também encontrar meios para não encarecer demais os serviços e forçar a retração do volume acumulado.
Relação com parceiros e fornecedores
Outro aspecto relevante a se considerar neste ambiente de crise é a relação com parceiros e fornecedores. O desafio nesse caso será manter boas parcerias que se fundamentem na qualidade e transparência.
A necessidade de expansão tornará inevitável dilatar a rede de parceiros. Parceiros que desempenham papel importante para uma boa assistência ao paciente.
Não se pode perder de vista que, infelizmente, a crise sanitária atingiu direta e profundamente o mercado de trabalho no setor da saúde.
Muitos profissionais deram literalmente suas vidas para tentar ajudar outras pessoas e muitos profissionais foram obrigados a ingressar no mercado sem ainda estarem devidamente preparados.
Contexto que coloca a disputa por profissionais qualificados e experientes a peso de ouro.
A tecnologia será uma das principais aliadas
Um recurso que será indispensável para lidar com esses tempos desafiantes na saúde suplementar é a tecnologia.
Felizmente, houve avanços nas soluções digitais em razão da necessidade de se trabalhar a distância e dos volumosos investimentos no setor da saúde.
Como era previsível que um dos segmentos que mais seriam dramaticamente atingidos era o de saúde, começou-se uma verdadeira corrida contra o tempo para se encontrar soluções que ajudassem a tornar o atendimento e a gestão mais eficiente.
Incentivos que vieram não só do poder público, como da iniciativa privada, afinal, as melhorias no setor significa um benefício à sociedade.
Soluções como softwares de gestão modernos, desenvolvido com funções especiais para administrar momentos de crise, permitem centralizar as informações em um só lugar, padronizar processos, unificar a jornada do paciente, entre outros recursos.
Reestruture-se com planejamento estratégico
Conhecer os desafios desse novo capítulo iniciado com a eclosão da pandemia e as ferramentas capazes de solucionar as dores é uma tarefa crucial para garantir uma gestão de saúde eficiente.
Se você precisa de um apoio para estabelecer definições estratégicas e identificar as melhores soluções disponíveis no mercado para superar esse período singular na saúde suplementar no Brasil, entre em contato.
Tenho ampla experiência em projetos de reestruturação de serviços hospitalares e de recuperação de empresas em declínio. É possível superar as dificuldades e vencer a crise.